A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) foi constituída a 4 de Abril de 1949, há precisamente 75 anos, e desde então tem constituído a maior ameaça à Paz no mundo.
A
criação da NATO contrariou a formação de um sistema de segurança coletiva prevista na Carta das Nações Unidas, impondo ao mundo um bloco político-militar e a lógica da confrontação, da corrida armamentista e da guerra.
As proclamações da NATO em prol da liberdade e da democracia rapidamente foram desacreditadas, nomeadamente pela integração como seus membros fundadores de países como Portugal, na altura sob uma ditadura fascista, e de outras potências coloniais, que igualmente espezinhavam os mais elementares direitos dos povos colonizados. Recorde-se ainda e entre outros exemplos, que a Turquia, igualmente sob uma ditadura fascista, aderiu em 1952, no primeiro dos muitos alargamentos da NATO.
Para lá das proclamações, os verdadeiros propósitos da NATO foram, desde o primeiro momento, confrontar-se com a URSS e o campo de países socialistas, conter o avanço do movimento de libertação nacional, verificado após o fim da Segunda Guerra Mundial, e justificar a manutenção e reforço da presença militar dos Estados Unidos da América na Europa.
O Pacto de Varsóvia, tantas vezes incorrectamente apontado como a razão de ser da NATO, apenas viria a ser formado seis anos depois da criação da NATO, isto é, em 1955.
A NATO foi promotora da chamada Guerra Fria, sendo a primeira responsável pela corrida aos armamentos e pela criação de arsenais nucleares imensos e estando ligada a golpes de Estado e a ocupações militares, como a que se verificou por parte da Turquia no norte de Chipre.
Com o fim da União Soviética e do campo socialista na Europa, a NATO não só não se extinguiu, como se reforçou e alargou, criando novos pretextos e «inimigos», alargando o seu âmbito e raio geográfico de acção. Só os objetivos – os reais, para lá das sonantes proclamações – permaneceram: assegurar, através da supremacia militar, a imposição do predomínio económico e político dos EUA, inclusivamente sobre os seus ditos «aliados».
A partir da década de 90 do século XX, a NATO deixa cair a máscara defensiva e assume-se abertamente como uma organização militar de carácter ofensivo, ao serviço da política externa dos EUA, não parando de se estender para o Leste da Europa, colocando-se cada vez mais próximo das fronteiras da Federação Russa.
Durante a guerra de agressão da NATO contra a Jugoslávia de 1999 – a primeira guerra na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial –, a NATO revê o seu conceito estratégico num sentido mais agressivo e alarga o seu âmbito de atuação para além do Atlântico Norte.
Depois do povo jugoslavo, também os povos afegão, iraquiano e líbio, sentiram, através da morte, sofrimento e destruição, em consequência das guerras de agressão da NATO contra os seus países, quão falsa é a dita vocação «libertadora» deste bloco político-militar agressivo.
Os 32 países que atualmente integram a NATO e as parcerias que esta promove com outros países por todo o mundo, ampliam a sua ação da América do Norte à Europa, de África ao Médio Oriente, da América Latina à Ásia-Pacífico.
A União Europeia assume-se como o pilar europeu da NATO. Mas os seus tentáculos chegam bem mais longe, através de «parcerias» e «acordos» e das centenas de bases militares que os seus membros têm espalhadas pelo mundo.