O CPPC participou, entre os dias 18 e 22 de Setembro, na missão à Palestina e Israel co-organizada pelo Conselho Mundial da Paz e pela Federação Mundial das Juventudes Democráticas, aquando da apresentação nas Nações Unidas, em Nova Iorque, da proposta de admissão da Palestina.
O objectivo desta visita foi em primeiro lugar transmitir a solidariedade e apoio destas organizações ao objectivo de ver reconhecido o estado da Palestina enquanto membro de pleno direito da ONU, mas constituiu também uma oportunidade de conhecer melhor a situação no terreno.
As organizações que integraram esta missão tiveram oportunidade de manter encontros com diversas organizações palestinas, como o Partido Palestiniano do Povo, a Frente Popular de Libertação da Palestina, a Frente Democrática de Libertação da Palestina, a Fatah, e representantes da Organização para a Libertação da Palestina, do Conselho Legislativo da Palestina e da Autoridade Nacional Palestiniana, que defenderam como positiva e necessária a mudança de estratégia política que se materializa na presente iniciativa junto das Nações Unidas. Após anos de negociações bilaterais infrutíferas com Israel, sob o patrocínio dos EEUU, que serviram de escudo político para que Israel consolidasse no terreno a ocupação e a limpeza étnica, sempre com o beneplácito dos EEUU, as organizações palestinas defendem a necessidade de responsabilizar a "comunidade internacional" para que assuma um papel mais activo na mediação do conflito e para que se possam iniciar autênticas negociações conducentes a um acordo de paz com Israel, que deverão ter como ponto de partida um referente claro (p.e. fronteiras de 67), o congelamento da construção de novos colonatos e da ampliação dos já existentes, e um limite temporal claramente definido.
Na sua visita a Israel a delegação pôde reunir também com várias organizações e membros do Knesset (parlamento israelita). Para além do apoio ao reconhecimento do estado palestino, como condição para uma paz duradoura na região, as organizações contactadas caracterizaram a evolução da situação política israelita como preocupante, com várias leis, aprovadas nos últimos dois anos, que visam cercear a intervenção de qualquer força de oposição ao actual governo, como por exemplo organizações não governamentais que lutam pela paz e por direitos iguais entre os cidadãos israelitas.