Em Lisboa, o Conselho Português para a Paz e Cooperação em conjunto com mais de duas dezenas de organizações, assinalaram os 65 anos da criação da NATO com uma iniciativa pública em que participaram várias dezenas de pessoas, incluíndo cerca de duas dezenas de jovens representantes de organizações membro da Federação Mundial da Juventude Democrática, provenientes de vários países.
A iniciativa em defesa da Paz e contra a NATO iniciou-se com a concentração, junto aos Armazéns do Chiado, dos participantes que em seguida se deslocaram até ao Largo Camões, onde intervieram representantes da CGTP-IN, do CPPC, o presidente da FMJD. Maria do Céu Guerra encerrou a iniciativa com a leitura do poema Datas de Vasco Cabral.
Ao longo do percurso e nos discursos proferidos a NATO foi denunciada pela sua natureza agressiva e criminosa como principal inimiga da Paz e dos povos do mundo.

O poema lido por Maria do Céu Guerra
Datas
Há datas que não são um número, um mês e um ano.
Há datas que vivem dentro de nós
Vivem com a nossa intimidade, o nosso calor.
São como que a linfa do nosso sangue.
(A minha infância, o despertar!)
Há datas que falam como se tivessem boca
e deixam um traço cá dentro, na alma,
como uma cicatriz num rosto.
(A tristeza e a dor dos horrores da guerra!)
Um dia de chuva toda gente esquece.
Mas um dia de cheia vive no coração dos pobres
como a melancolia das árvores desfolhadas no coração do poeta.
Como um grito sem destino que furasse o céu
Viveria no coração dos homens!
Um dia de Paz parece um dia vulgar
Mas é como um canto de glória na voz da Primavera
Um dia de Paz não é nunca um dia vulgar!
In A luta é a minha primavera de Vasco Cabral