No dia 1 de março,13 presos políticos saharauis iniciaram uma greve de fome, por tempo indeterminado, reivindicando o direito à sua liberdade e chamando a atenção da comunidade internacional para uma detenção que a Organização das Nações Unidas considera arbitrária (Relatório 2014 do Relator Especial para a detenção arbitrária).
A Reunião da Região Europa do Conselho Mundial da Paz, realizada no dia 19 de Março de 2016, em Almada – Portugal, manifesta o seu apoio e solidariedade aos presos saharauis de Gdeim Izik, em cativeiro há mais de cinco anos.
A condenação destes homens pelo Tribunal das Forças Armadas reais marroquinas a penas que variam entre 20 anos e prisão perpétua, demonstra a opressão do Estado marroquino face à luta pacífica do povo saharaui pela sua independência.
Tratou-se da condenação de civis por um tribunal militar. O julgamento foi considerado nulo devido a violações procedimentais e a falta de provas. De facto, os 40 observadores internacionais presentes, incluindo portugueses, foram unânimes em denunciar não só a ilegalidade do julgamento como as contínuas pressões e ameaças exercidas durante todo o processo pelas autoridades marroquinas sobre os próprios observadores e os seus tradutores.
As detenções de Gdeim Izik remontam a finais de 2010, quando as forças de ocupação marroquinas desmantelaram de forma violenta o Acampamento da Dignidade, onde se concentravam dezenas de milhares de saharauis para reivindicar o respeito pelos seus direitos e liberdades fundamentais.
As organizações presentes na Reunião Regional reafirmam a solidariedade com os presos políticos saharauis, exigindo a sua libertação incondicional, e com todo o povo Saharaui, pelo direito a autodeterminação e a saída imediata do Reino de Marrocos, incluindo as suas forças militares, policiais e auxiliares e colonos, dos territórios ocupados do Sahara Ocidental.
Almada, 20 de Março de 2016