É com preocupação que o Conselho Português para a Paz e Cooperação acompanha a evolução da escalada de tensão da NATO face à Rússia e, neste contexto, os desenvolvimentos da situação na Ucrânia, que comportam sérios e imensos riscos para a paz. Perante a gravidade da situação, o CPPC considera que se impõe a urgente adoção de medidas capazes de reduzir, no imediato, a escalada militar e o perigo de confrontação, e de promoção do estabelecimento de medidas de confiança mútua que, a prazo, possibilitem o desanuviamento e a salvaguarda da paz.
As razões que estão na origem do agravamento da situação não devem ser reduzidas a um diferendo entre a Ucrânia e a Rússia, que será tão só mais uma consequência das primeiras. Na verdade, elas radicam em décadas de alargamento da NATO ao Leste da Europa – de cuja estratégia a Ucrânia é atualmente mais um peão –, visando o cerco, a pressão, a chantagem, a confrontação com a Rússia.