O Conselho Português para a Paz e Cooperação saúda o 37º aniversário da Revolução de 25 de Abril de 1974. A unidade entre o povo português e os militares derrubou a Ditadura Fascista e abriu as portas à liberdade, à democracia e à paz.
 
O 25 de Abril pôs fim a 48 anos de repressão e opressão, de perseguições, de prisões e torturas. Pôs fim à guerra colonial e contribuiu para a independência e soberania dos países das ex-colónias.
Realçámos a luta do povo, de milhares de homens e mulheres democratas, que resistiram e lutaram pela liberdade, pela democracia e pela paz no período de ditadura fascista e que contribuíram decisivamente para a Revolução dos Cravos.
 
Com o 25 de Abril o povo conquistou e consagrou na Constituição da República Portuguesa os direitos, liberdades e garantias. Incumbe assim ao Estado assegurar a todos os portugueses os direitos políticos, o direito ao trabalho com direitos, o direito à saúde, à educação, à segurança social, à habitação, à fruição cultural e à prática desportiva.
 
A Revolução consagrou também os princípios das relações internacionais de Portugal assente no respeito pelos direitos dos povos, da igualdade entre Estados, a não ingerência nos assuntos internos de cada Estado, pela resolução pacífica dos conflitos e contra a militarização e pelo desarmamento mundial, pela dissolução dos bloco político-militares, pela cooperação entre os povos, pela paz e progresso da humanidade.
 
Nesta ocasião, o CPPC assinala as lutas de povos no Médio Oriente e África pelas suas determinações soberanas e democráticas, condenando as tentativas da sua supressão por parte de potências imperialistas, e denuncia as intervenções militares estrangeiras em curso na Costa do Marfim, na Líbia e no Bahrein, sob hipócritas pretextos humanitários. Particularmente preocupante é a agressão lançada sobre a Líbia pela NATO com a intervenção dos EUA, França e Reino Unido, determinada por propósitos políticos e geoestratégicos e de controlo dos recursos naturais por parte destas potencias, contra a soberania e as vidas do povo Líbio, abusando o quadro da resolução do CS da ONU e marginalizando a autoridade da União Africana na resolução do conflito interno.
 
Repudiamos a posição do Governo Português no Conselho de Segurança das Nações Unidas, favorável à intervenção militar na Líbia, que conflitua com a Constituição da República Portuguesa, e evocamos de novo o apelo constitucional à dissolução de blocos político-militares, em concreto da NATO de que Portugal fascista foi membro fundador.
 
O CPPC exorta a todo o povo português que reforce a luta na defesa dos valores de Abril, pelo cumprimento da Constituição da República Portuguesa, pela paz, pela solidariedade e pela cooperação entre os povos.