A Paz é uma condição essencial para o progresso, o bem-estar e a liberdade dos povos. Foi precisamente partindo desta convicção profunda que, pouco depois de terminada aquele que foi o mais bárbaro e mortífero conflito da história da Humanidade (a Segunda Guerra Mundial), os povos do mundo se uniram numa ampla frente de luta pela Paz e constituíram, à escala global e em cada um dos países, movimentos dedicados à defesa da Paz, do desarmamento, do respeito pela soberania, da solidariedade e cooperação entre países e povos.
Na viragem da década de 40 para a de 50 do século XX, nascia o Conselho Mundial da Paz, porta-voz das aspirações de muitos milhões de pessoas de todas as classes e camadas sociais, convicções políticas e credos religiosos. O Apelo de Estocolmo, pela proibição da arma atómica, foi o maior plebiscito realizado à escala mundial. No Portugal fascista de então, lutar pela Paz dava direito à prisão, à tortura, ao exílio. Apesar disso, muitos foram aqueles que defenderam os valores da Paz e da cooperação, que eram ao mesmo tempo os valores da liberdade, da democracia, do progresso, que a ditadura – aliada e submetida às principais potências capitalistas da época, os EUA e a Inglaterra – negava ao povo português.
Hoje, com o País e o Mundo a viverem uma das mais graves crises económicas de sempre, defender a Paz, a soberania e a cooperação é um dever de todos aqueles que pugnam pela justiça social e pelo progresso dos seus países. É uma componente fundamental da construção de um Mundo mais justo, solidário e fraterno. É, também, defender e prosseguir o caminho encetado com a Revolução de Abril, que pôs fim à guerra colonial, promoveu uma política externa de Paz e cooperação e colocou o País na senda do progresso e da justiça social, do desenvolvimento e da democracia.
Os participantes na 24.ª Assembleia da Paz, reunidos em Lisboa no dia 7 de Dezembro de 2013, comprometem-se a contribuir para o reforço do movimento da Paz em todas as suas componentes, a dar mais força aos valores da Paz, da solidariedade e da cooperação com os povos do Mundo que lutam contra o imperialismo e pela sua soberania e a intensificar a luta, em Portugal, pelo cumprimento dos três primeiros pontos do artigo 7.º da Constituição da República Portuguesa, que pugna pelo fim do colonialismo, do imperialismo e de todas as formas de exploração; pelo respeito pela soberania dos povos, pelo desarmamento geral, simultâneo e controlado e pela dissolução dos blocos político-militares.
Lisboa, 7 de Dezembro de 2013