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Realizou-se, no Porto, no dia 15 de Janeiro, o tradicional Almoço da Paz, que decorreu nas instalações do Orfeão do Porto e foi promovido pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação num momento particularmente complexo da situação internacional, designadamente na Europa, como foi sublinhado em intervenções diversas, designadamente de Ilda Figueiredo e Avelino Gonçalves.
Foi uma importante iniciativa de solidariedade, convívio e confraternização, em que também participaram amigas e amigos do Brasil e da Colômbia, que vivem no Porto, que intervieram e deram notícias da luta e da esperança dos povos latino-americanos, tendo ficado ensejado um convívio latino-americano para a primavera.
Decorreu, igualmente, uma singela homenagem a Avelino Gonçalves, membro da Presidência do CPPC, anti-fascista com uma vida exemplar, dedicada à liberdade, à defesa da democracia, do progresso social e da paz, da Constituição da República Portuguesa em cuja elaboração participou, como sublinhou João Rouxinol na intervenção que fez em nome da DN do CPPC.
Houve ainda a poesia, as canções com Minda Araújo, as intervenções diversas e o sorteio de uma paleta da paz oferecida pelo pintor Agostinho Santos.
E no fim gritou-se "Paz sim, guerra não", sublinhando a disponibilidade de todos na luta pela defesa da paz e da solidariedade. 🕊🕊🕊
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Homenagem a Avelino Pacheco Gonçalves
Avelino Pacheco Gonçalves, nascido a 10.07.1939, em Santiago de Bougado – Stº Tirso é membro da Presidência do Conselho Português para a Paz e Cooperação, tendo uma participação ativa ao longo de muitos anos na defesa da paz.
Com um passado anti-fascista conhecido e militante do PCP, sempre esteve empenhado no trabalho unitário, incluindo com democratas de várias áreas, designadamente religiosas, ao que não terá sido alheia a sua origem católica, com diversos padres na família.
Começou a trabalhar aos 15 anos e durante vinte e dois anos foi empregado de escritório e funcionário bancário.
Frequentou a Escola Comercial Oliveira Martins e o Instituto Comercial do Porto. Foi estudante trabalhador até ao 4º ano do curso de economia na Faculdade de Economia do Porto.
Formador ao serviço de diversas entidades e posteriormente professor da Escola Profissional Raul Dória, reformou-se aos 70 anos.
Ao longo da vida foi, e é, associado e dirigente de numerosas associações culturais e sociais.
Desde jovem, por largos períodos, colaborou em jornais regionais e locais.
Membro da Comissão Sindical Unitária dos Bancários do Porto desde1964.
Membro do Conselho Disciplinar da direcção do Sindicato dos Bancários do Porto para o triénio 1966/68 e em 1970, um dos fundadores e animadores da reunião dos Associados até ao 25 de Abril de 1974.
Presidente da Direcção do Sindicato dos Bancários do Porto para o triénio 1972/74.
Membro da direcção da Corporação de Crédito e Seguros em 1973/1974, eleito pelos sindicatos.
Em 1974 o primeiro diretor/coordenador do “Alavanca”, jornal da CGTP-IN.
Ministro do Trabalho de maio a julho de 1974, destacando-se do seu mandato, a instituição do Salário Mínimo Nacional (sem discriminação de género, que hoje ainda permanece), o que melhorou as condições de vida a 56% dos trabalhadores, a melhoria das pensões, o alargamento do direito a férias
remuneradas, da contratação coletiva e o reconhecimento (na prática) da liberdade de associação, organização e ação sindical.
Em 1974, como Ministro do Trabalho participou na Conferência Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra e em 1975 como Assessor Técnico para as questões do regime laboral dos funcionários públicos.
No quadro das relações de amizade do PCP com o PAIGC esteve deslocado dois períodos na Guiné-Bissau.
Foi várias vezes candidato à Assembleia da República e em Eleições autárquicas em (Stº Tirso e Cinfães) e foi membro da Assembleia Municipal de Santo Tirso durante 9 anos.
Em 1975 foi deputado do PCP na Assembleia Constituinte, integrando a Comissão das Questões do Trabalho e a Comissão de Redação em 1975/1976. Durante largos anos foi um dos promotores de iniciativas unitárias de defesa da Constituição da República Portuguesa.
Em 2014 recebeu a Medalha de Mérito do Município do Porto.
Porto, 15.01.2022
Pela DN
João Rouxinol