
A ameaça da utilização de armas nucleares é uma das grandes preocupações dos activistas da Paz, que não esquecem o horror do homicídio em massa da população que foi vítima das armas atómicas lançadas pelos EUA no Japão a 6 e 9 de Agosto de 1945. Perante o holocausto nuclear de Hiroxima e Nagasaki e o perigo da sua repetição, o Conselho Mundial da Paz (CMP) lançou em 1950 o Apelo de Estocolmo, que foi assinado por centenas de milhões de pessoas, exigindo a interdição das armas atómicas e denunciando a sua natureza intimidatória e de assassínio massivo.
A realidade actual demonstra que este perigo não está afastado, dada a insistente corrida aos armamentos, incluindo a modernização de armas nucleares promovida, nomeadamente, pelos Estados Unidos – único país que usou a arma atómica e que assume a possibilidade de o voltar a usar, num primeiro ataque. O programa em curso nos EUA, dito de revitalização atómica, tem um custo estimado de um milhão de milhões de dólares, a gastar ao longo de três décadas, o que deve ser assumido como uma flagrante infracção da obrigação estipulada no Artigo VI do Tratado de Não Proliferação Nuclear, que os EUA assinaram e ratificaram. Nele afirma-se, designadamente, que cada uma das Partes signatárias se compromete «a prosseguir de boa-fé negociações sobre medidas efectivas com vista ao fim da corrida aos armamentos, em data próxima, e ao desarmamento nuclear sob controlo internacional estrito e eficaz».