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José António Gomes

  • Contra as “rosas” nucleares e em memória de Hiroshima e Nagasaki

     

    Por José António Gomes, Professor do ensino superior; crítico literário, escritor

    Poucos acontecimentos haverá tão dilacerantes e traumáticos na história moderna como as duas bombas atómicas que arrasaram, em 6 e 9 de Agosto de 1945, Hiroxima e Nagasaki, provocando um quarto de milhão de mortos num Japão que já dera passos no sentido da capitulação – e que é também, paradoxalmente, um país símbolo da delicadeza e do rigor, do culto das flores e da caligrafia, da meditação zen e da poesia… Com esta acção injustificada e criminosa, num momento em que a “guerra fria” se encontrava no horizonte, os EUA não só davam sinal da tremenda força destruidora do seu poder militar, como afirmavam os seus intentos imperialistas perante o mundo. A terrível herança: exposição à radiação na origem de doenças cancerígenas, mutilações e deformações gravíssimas, monstruosas malformações que afectariam as gerações seguintes. O combate pela paz e contra a proliferação de armas nucleares prolongar-se-ia até aos dias de hoje, com picos de luta na Europa, nas Américas e no resto do mundo nos anos 70-80 do século XX. Por isso, se mantém na ordem do dia a campanha pela paz e contra o armamento nuclear. Esta deverá ser também firme resistência ao militarismo de agressão da NATO, da UE e dos EUA que, ao ritmo da ganância e das crises do capitalismo global, tem semeado guerra, violência e miséria na Europa, no Médio Oriente e na África.