O Conselho Português para a Paz e Cooperação saúda a atribuição do Prémio Nobel da Paz à associação japonesa Nihon Hidankyo, desobreviventes dos bombardeamentos nucleares norte-americanos sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui, em Agosto de 1945. A atribuição do prémio destaca os esforços da organização em alcançar um mundo livre de armas nucleares e a demonstração, através de testemunhos de
sobreviventes, que este tipo de armamento nunca mais deve ser utilizado. Esta é a segunda vez em poucos anos que o Prémio Nobel da Paz é entregue a uma entidade que pugna pelo desarmamento nuclear: em 2017 foi a Campanha Mundial pela Proibição de Armas Nucleares (ICAN) a recebê-lo.
O CPPC é herdeiro e continuador do movimento da paz surgido em todo o
mundo no contexto da Segunda Guerra Mundial e dos tenebrosos bombardeamentos de Hiroxima e Nagasáqui. Bombardeamentos nucleares cujos efeitos ainda hoje se fazem sentir nas elevadas taxas de malformações e
doenças oncológicas. A primeira grande campanha desse movimento da paz foi precisamente em torno da proibição das armas nucleares: o Apelo de Estocolmo, lançado em março de 1950, reuniu em todo o mundo centenas de milhões de assinaturas.
Hoje, pela dimensão e poderio dos arsenais nucleares existentes, o desarmamento geral, simultâneo e controlado e a proibição das armas nucleares são exigências fundamentais para o futuro da Humanidade. Uma guerra nuclear, hoje, nunca seria limitada e a utilização de uma pequena parte dos arsenais nucleares existentes seria suficiente para ameaçar a vida na terra.
O CPPC lançou em julho deste ano uma petição pela adesão de Portugal ao
Tratado de Proibição de Armas Nucleares, negociado no âmbito das Nações
Unidas e ratificado já por mais de 70 Estados. Na Constituição da República Portuguesa inscreve-se o compromisso de Portugal com o "desarmamento geral, simultâneo e controlado", pelo que as autoridades portuguesas deveriam agir no seu espírito, aderindo e ratificando este Tratado.
A petição pode ser assinada