
O Conselho Português para a Paz e Cooperação saúda o 49º aniversário da Revolução de Abril!
Quando se aproximam as comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril, o CPPC saúda e homenageia, neste importante aniversário do 25 de Abril de 1974, os militares de Abril, os homens, as mulheres e os jovens anti-fascistas que lutaram durante 48 longos anos contra a ditadura fascista, abrindo caminho para a Revolução que representou a conquista da liberdade, da democracia, da soberania, da paz, do progresso social.
A Revolução de Abril pôs fim ao fascismo e abriu a possibilidade de se instaurar a democracia a nível político, económico, cultural e social, transformando profundamente Portugal e dando resposta às aspirações que o povo português há muito ansiava.
A Revolução de Abril foi uma afirmação soberana do povo português e da sua vontade e determinação em construir um Portugal de justiça e progresso social.
Dando expressão a causas que há muito integravam a luta antifascista, a Revolução de Abril foi, em si mesma, uma realização de paz, ao pôr fim à guerra colonial, ao reconhecer a independência dos povos até então submetidos ao colonialismo do regime fascista, ao defender a causa da paz, do desarmamento e da cooperação como valores do novo Portugal democrático, consagrando-os na Constituição da República Portuguesa, de 2 de Abril de 1976.
A Constituição de Abril tem sido desrespeitada por sucessivos governos portugueses nos seus mais variados aspetos, incluindo o seu artigo 7º, que estipula que Portugal se rege nas relações internacionais por princípios como a independência nacional, a solução pacífica dos conflitos internacionais, a não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados, a cooperação com todos os outros povos para a emancipação e o progresso da humanidade; e que preconiza, entre outros importantes aspetos, o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares, o estabelecimento de um sistema de segurança coletiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.
Muito embora a Revolução tenha aberto o caminho a uma política externa soberana e independente, de paz e cooperação com todos os povos do Mundo, a prática de sucessivos governos portugueses tem sido, muitas vezes, oposta a este desígnio.
A comprová-lo está o envolvimento de governos portugueses em guerras protagonizadas pelos EUA e a NATO contra diversos países, as posições de apoio a ingerências e agressões ou a recusa em assinar e ratificar o Tratado de Proibição de Armas Nucleares.
No entanto, os defensores da paz em Portugal sempre mantiveram a firme defesa destes importantes valores, manifestando, ao longo dos anos, o seu repúdio pela guerra e outras ações contrárias à paz e aos interesses dos povos, violadoras dos princípios Constitucionais, dos princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional.
Quase 50 anos depois da Revolução de Abril, as razões que levaram à constituição do movimento da paz mantêm toda a atualidade. Guerras, bloqueios, ingerências, chantagens, o desenvolvimento de novas armas, a subversão do direito internacional, são realidades que põem em risco a paz e a segurança no mundo.
A defesa da paz, que é também a defesa da soberania, da democracia e do progresso social, é cada vez mais uma causa do interesse da esmagadora maioria da população, independentemente de convicções políticas e credos religiosos.
Está nas mãos dos povos – nomeadamente do povo português – defender a paz, a soberania, a solidariedade, a cooperação, para travar o passo àqueles que promovem a guerra e que lucram com ela.
O CPPC reafirma o seu compromisso na defesa destes valores, que são os de Abril, almejando sempre a construção de um país e de um mundo mais justo e fraterno, onde em cada esquina encontremos um amigo, e em cada rosto, a igualdade!
25 de Abril sempre! Fascismo nunca mais!