Estimadas amigas e amigos da paz
Em nome da Direção do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) saúdo a Fundação eng. António de Almeida, os artistas e todas as pessoas presentes neste Concerto pela Paz, que realizamos aqui pela primeira vez, voltando a ter um Concerto pela Paz no Porto, depois de dois anos de interregno, sendo que o último se fez na rua, na praça D. João I, à porta do Rivoli, por razões que todos conhecem.
É, pois, com grande alegria que partilho convosco a realização deste Concerto pela Paz neste espaço, graças à generosidade da Fundação eng. António de Almeida, da sua Administração, do seu presidente dr. Augusto Aguiar Branco, que honra bem a memória de seu pai e meu saudoso amigo dr. Fernando Aguiar Branco, e dos seus trabalhadores, com o especial empenho da dra Rosário Barbosa.
Mas este Concerto só é possível com a generosidade e criatividade de todos os artistas e organizações que aceitaram participar, alguns, como o Bando dos Gambozinos e o Coral de Letras da Universidade do Porto, desde o início destes concertos no Porto, já lá vão 10 anos. Outros, que se tem vindo a juntar a nós, como o Balleteatro há alguns anos, o Manuel Rocha, o Paulo Vaz de Carvalho e o Pedro Marques, que também estiveram connosco há dois anos na praça D. João I, em frente ao Rivoli, e outros que se juntam agora a nós como o grupo de Jazz e o grupo de música brasileira, o ator António Durães e o prof. Rui Pereira. Para todos o nosso caloroso agradecimento.
Sabemos da importância da defesa da paz, neste contexto particularmente complexo no plano internacional, onde, por um lado, se mantêm graves conflitos, guerras e agressões em muitas zonas do mundo, e que é preciso parar. Ainda a semana passada estivemos com muitas centenas de pessoas, nas ruas do Porto a exigir a paz no mundo, o fim do massacre na Palestina, o cessar-fogo imediato e duradouro com Palestina independente para ter paz no Médio Oriente. Mas também a exigir o fim da guerra na Ucrânia e de todas as guerras, evitando as suas graves consequências para os povos e o drama dos refugiados, em solidariedade com todas as vítimas das políticas injustas que agravaram desigualdades sociais e aumentaram a pobreza, incluindo na Europa e em Portugal, o que exige de todos os amantes da paz uma redobrada atenção e empenhamento na defesa da justiça, da liberdade, da democracia e da Paz, de acordo com os valores de Abril´, cujos 50 anos comemoramos.
O CPPC considera da maior importância contribuir para o reforço do movimento da Paz em Portugal, para a solidariedade com os povos vítimas de violência, ingerência e guerra. Foi com esse objetivo que realizamos nove concertos pela paz no ano passado e nos empenhámos com 12 outras organizações na realização do III Encontro pela Paz – Nos 50 anos de Abril, pela Paz, todos não somos demais, que decorreu no passado dia 28 de outubro, em Vila Nova de Gaia, e que envolveu mais de 800 pessoas e 100 organizações.
Em todos, tal como aqui, pugnamos por uma cultura da paz em vez da guerra, apelamos a que se trave a escalada belicista, que se ponha fim às sanções que atingem os trabalhadores e as populações, enquanto as multinacionais do armamento, da energia, da alimentação, da distribuição acumulam enormes lucros. Queremos a solidariedade e a paz.
Em todas as iniciativas, incluindo os três concertos pela Paz que vamos realizar nos próximos fins de semana em Gondomar, Coimbra e Vila Nova de Gaia, com apoio das respetivas Camara Municipais, e outros previstos para o sul, apelamos a que se pare a guerra e se dê uma oportunidade à paz, abrindo espaço à diplomacia e à solução pacífica dos conflitos, apelando a que participem e digam connosco, a muitas vozes:
Paz sim! Guerra Não!
Em vez de conflitos armados, guerras, ingerências, novos colonialismos e corrida aos armamentos, reafirmamos aqui o nosso compromisso com a Paz, tendo por base o artigo 7º da Constituição da República Portuguesa e os princípios da Carta da Nações Unidas, na exigência do fim das armas de destruição massiva, incluindo as armas nucleares, o fim da corrida aos armamentos e da militarização das relações internacionais, a exigência da dissolução dos blocos político-militares, a promoção dos valores de Abril também na política externa portuguesa, na defesa da cooperação e amizade entre os povos de todo o mundo.
Estamos a comemorar os 50 anos do 25 de Abril. Este Concerto pela Paz é também um tributo ao 25 de Abril. E vamos continuar com estas comemorações, incluindo com mais concertos, mais educação para a paz nas escolas, mais iniciativas de rua. Estão todos convidados a participar, convite extensivo a todos os amantes da paz.
Um bom Concerto. Pela paz, todos não somos demais! 19 maio 2024 – Ilda Figueiredo