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O Conselho Português para a Paz e Cooperação considera que a defesa da paz depende essencialmente da luta dos povos e da força do movimento da paz na defesa da democracia, da liberdade, da justiça e do progresso social, da amizade e cooperação entre os povos, o que também se aplica às eleições nos EUA.
Donald Trump venceu as eleições presidenciais nos EUA e especula-se sobre o que fará a futura administração norte-americana, desde logo em política externa. Que há motivo para preocupações, ninguém duvidará: na anterior administração Trump, agravou-se a tensão no Médio Oriente, com o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, a transferência da embaixada dos EUA para essa cidade, o reconhecimento da anexação dos Montes Golã da Síria por Israel, o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani; implementou a guerra económica e subiu o tom das ameaças contra a China; intensificou o bloqueio contra Cuba e sucederam-se as sanções e as tentativas de golpe de Estado contra a Venezuela…
Nada indica que sejam diferentes as opções futuras de uma nova administração Trump.
No entanto, foi com a atual administração Democrata que se agravou o conflito no Leste da Europa, numa guerra que há muito vinha a ser preparada pelos EUA, NATO e UE e que colocou a Humanidade perante o risco de um conflito generalizado de dimensões catastróficas. Foi com Biden e Harris que se acelerou a níveis insanos a corrida aos armamentos, se alargou ainda mais a NATO ou se criou um novo bloco militar no Pacífico, o AUKUS. Foi com a atual administração norte-americana que Israel pôde – com armamento e cobertura diplomática dos EUA – cometer genocídio na Palestina, invadir o Líbano e bombardear o Irão, a Síria e o Iémen. As medidas de reforço do bloqueio a Cuba impostas por Trump foram mantidas por Biden, assim como as sanções à Venezuela, à Síria, ao Irão, à Nicarágua, etc. – medidas coercivas unilaterais e supranacionais, ilegais à luz do direito internacional.
Pese embora diferenças – algumas porventura significativas – que possam existir ao nível de opções de política interna e até de prioridades e “velocidades” em termos de política externa, Republicanos e Democratas representam duas faces de um mesmo sistema e estão unidos num mesmo objetivo central: a continuação do domínio dos EUA à escala global. E é este domínio e tudo o que representa de ingerência, exploração, saque, guerra, morte, sofrimento e destruição, que urge combater – seja qual for a administração “de serviço” na Casa Branca e no Pentágono.
Da parte do CPPC, não ignoramos os desafios que uma nova administração Trump traz a quem defende a paz, o desarmamento e a cooperação entre países e povos. Mas estamos certos do caminho que temos que trilhar: o reforço do movimento da paz, alargando-o a mais setores e personalidades, em Portugal e no mundo; a solidariedade com os povos que resistem e lutam pelo seu direito à paz, ao desenvolvimento e à soberania – desde logo o povo palestiniano, que luta pelo seu direito a existir e a ter o seu próprio Estado, independente e soberano, como consagrado em inúmeras resoluções das Nações Unidas: dia 29 de novembro, Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano, há concentrações em Lisboa (18h00, junto à Embaixada de Israel), em Coimbra (17h30, na Estação Nova) no Porto (17h30, na Praceta da Palestina).
A Direção Nacional do CPPC
18-11-2024