Realizou-se no passado dia 26 de Maio, na biblioteca Marx, em Londres, uma reunião das organizações membro do Conselho Mundial da Paz (CMP) da Região Europa. A reunião, dirigida pelo CPPC, enquanto coordenador regional do CMP foi calorosamente acolhida pela Assembleia da Paz Britânica e contou, ainda, com a participação das seguintes organizações membro do CMP da Europa, Aliança para a Paz e Neutralidade da Irlanda, Associação de Paz da Turquia, Comité Grego para a o Desanuviamento Internacional e a Paz, Conselho da Paz Alemão, Conselho da Paz Checo, Conselho da Paz do Chipre, Fórum de Belgrado para um Mundo de Iguais, INTAL Bélgica, Movimento da Paz Suíço, e de outras organizações.
Nesta reunião foram abordadas a situação actual e perspectivadas acções a nível Europeu para implementar as linhas orientadoras definidas pela Assembleia Mundial da Paz e pelo Comité Executivo do CMP. Nomeadamente acções contra a NATO no âmbito da sua cimeira a realizar em Bruxelas em Julho deste ano.
Na reunião, para além do Apelo “Sim à Paz! Não à NATO!” Não à Cimeira 2018 da NATO em Bruxelas, já divulgado pelo CPPC foram ainda aprovados os textos abaixo.
Paz duradoura com justiça para o Chipre
O Encontro Regional do Conselho Mundial da Paz que se realizou em Londres em 26 de Maio de 2018 discutiu, entre outras questões relevantes que afectam e minam a paz na Europa e no Mundo, também os desenvolvimentos relacionados com o Chipre.
Os Movimentos Europeus da Paz do CMP constatam que a região do Mediterrâneo Oriental é uma das áreas mais desejadas pelos imperialistas, porque aqui coexistem o gás, o petróleo, as suas rotas de transporte e estações de trânsito. A Turquia considera o Chipre importante para os seus interesses. Faz parte dos planos da NATO utilizar o Chipre. Por isso, devemos ter isso especialmente em conta agora.
Nós, as forças amantes da paz na Europa, condenamos a continuação de 44 anos, de ocupação ilegal turca em 37% do Chipre. Denunciamos a divisão do Chipre e afirmamos claramente que para nós a divisão permanente da ilha é uma catástrofe. Não deixaremos de manifestar de todas as maneiras possíveis a nossa solidariedade ao Conselho de Paz do Chipre e à luta anti-imperialista do povo do Chipre, cipriotas gregos e cipriotas turcos, contra a ocupação, por uma solução verdadeiramente justa e viável, que reunificará o País e o povo do Chipre e tornará o povo do Chipre dono das suas terras e das suas riquezas.
Sublinhamos que a única forma de resolver a questão do Chipre é através de um processo pacífico. As negociações bi-comunais entre os cipriotas devem ser totalmente respeitadas por todos e devem prosseguir sem quaisquer ingerências ou intervenções respeitando o Direito Internacional e as resoluções da ONU sobre o Chipre.
Os Movimentos Europeus da Paz do CMP manifestam a sua solidariedade com o povo do Chipre que luta por um País e um Povo reunificados numa Federação Bi-zonal e Bi-comunal com uma soberania única, cidadania única e representação internacional única e com igualdade política. Apoiamos uma solução que possa ser alcançada sem prazos asfixiantes e livre dos guardiães e garantes, uma solução que irá libertar o Chipre de todos os exércitos e bases militares.
Apoiamos a luta do Conselho da Paz do Chipre pelo desmantelamento das bases britânicas no Chipre e contra a sua utilização em operações militares contra os povos da região. Apelamos a todos os combatentes pela Paz que apoiem o Conselho da Paz do Chipre e participem na marcha da paz que será organizada em 10 de Junho de 2018, na Base Britânica de Akrotiri, sob o lema «Marchamos no caminho da paz».
Pela Paz
Não à guerra contra o Irão
O encontro das organizações europeias membros do CMP, realizado em Londres em 26 de Maio de 2018, analisou a situação perigosa criada no Médio Oriente após o anúncio irresponsável do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirada unilateral da administração dos EUA do acordo nuclear 5+1 com o Irão.
De acordo com uma declaração recente do CMP em 7 de Maio sobre a possibilidade de uma nova guerra no Médio Oriente envolvendo o Irão, a reunião das organizações europeias membros do CMP expressou a sua grande preocupação com as consequências das acções e declarações da administração dos EUA sobre o acordo nuclear do Plano de Acção Conjunto (JCPoA) com o Irão.
Preocupa-nos que durante os últimos dois meses as forças armadas israelitas, ilegalmente e em violação da Carta da ONU, tenham atacado, com impunidade, alvos no interior da Síria. Existe uma preocupação fundamentada de que, se a actual onda de acontecimentos não for interrompida e invertida imediatamente, o potencial para uma nova guerra desastrosa, com consequências imprevisíveis para
a paz e estabilidade da região, é um perigo real e enorme.
Na segunda-feira, 21 de Maio, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, fez uma referência clara e séria sobre a intenção do governo norte-americano de aplicar sanções mais vastas e duras contra o Irão – numa escala, segundo suas palavras, "sem precedentes na história". Todos os sinais indicam que os EUA - estimulados e apoiados pelos seus principais aliados no Médio Oriente, nomeadamente os governos de Israel e da Arábia Saudita, com estes últimos aparentemente financiando esta perigosa aventura - estão empenhados em tomar medidas no sentido de uma "mudança de regime" no Irão. A nosso ver, esses pasos e esse objetivo final são ilegais e totalmente contrários à Carta da ONU e ao direito internacional.
Em face desta situação, a reunião das organizações europeias membros do CMP reafirma o apelo do CMP às forças de paz a nível internacional para fazer campanha pela paz no Médio Oriente com o objectivo de parar imediatamente o ímpeto EUA/Israel/Arábia Saudita para uma nova guerra na região. Reafirmamos o nosso apoio à luta pela paz e pelo progresso no Médio Oriente.
Reafirmamos que qualquer guerra contra o Irão prejudicará a luta do povo iraniano pela paz, soberania, direitos dos povos, direitos democráticos e justiça social.
Afirmamos que o futuro do Irão e do seu sistema político é uma decisão do povo iraniano e só deles - e que eles rejeitam uma intervenção estrangeira no seu país, seja qual for o pretexto.