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O jovem saaraui, Hassanna Aalia foi detido por dois agentes à paisana, recebendo uma ordem de expulsão de Espanha enquanto aguardava resposta a um recurso de pedido de asilo político ao Supremo Tribunal.

Na passada Terça-feira, 13 de Outubro, dois policias à paisana detiveram Hassana Aalia enquanto ele viajava de comboio e libertaram-no horas mais tarde com uma ordem de expulsão, «Polícias à paisana pediram-me os papéis e disseram-me que tinha que sair na próxima paragem», depois « levaram-me para a esquadra» apesar de lhes «ter apresentado os documentos do recurso junto da Audiência Nacional [máxima instância judiciária no Estado espanhol]», referiu.

Sucessão de acontecimentos:

Hassanna Aalia é um jovem activista Saaraui de 28 anos. Em 2010, Aalia participou nos protestos do acampamento de Gdeim Izik, o que levou à sua detenção pelo Reino de Marrocos, por dois meses, durante os quais sofreu maus tratos e torturas. Recebeu uma sentença de quatro meses de prisão não efetiva.

No ano seguinte, Hassanna Aalia recebe uma bolsa de estudos e viaja até ao Pais Basco: A surpresa chega no momento em que «um Tribunal Militar anuncia uma ordem de busca e detenção contra mim». A notícia apanhou-o de surpresa e foi então que tomou a decisão de não regressar e solicitou asilo político ao Governo Espanhol. Durante esse tempo foi julgado à revelia e é condenado pelo Tribunal Militar de Rabat a prisão perpétua.

Em Janeiro deste ano, Aalia foi notificado de que o ministério do Interior Espanhol teria recusado o seu pedido de asilo político, dando-lhe 15 dias para abandonar Espanha.

Após a intervenção de inúmeros movimentos de solidariedade, Hassanna Aalia conseguiu ver aceite o seu recurso pelo Supremo Tribunal, ficando assim suspensa a ordem de expulsão até que o processo judicial esteja concluído.

O Conselho Português para a Paz e Cooperação vem manifestar a sua solidariedade para com o povo saaraui ao mesmo tempo que reivindica:

- o fim à perseguição aos resistentes saarauis, que apenas lutam pelo direito à autodeterminação;

- a libertação imediata dos presos políticos saarauis;

- o fim da colonização marroquina do Saara Ocidental;

- o cumprimento das resoluções das Nações Unidas, nomeadamente a realização do Referendo acordado entre as partes, com a consulta à população saaraui.