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Assinalando o centenário do nascimento de Nelson Mandela, que hoje se completa, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) recorda o combatente íntegro e corajoso pela libertação do seu povo do regime opressivo do apartheid e pela construção de uma África do Sul verdadeiramente democrática e inclusiva.

Nelson Mandela, como Oliver Tambo, Walter Sisulu ou Joe Slovo, fez parte de uma geração que dedicou toda a sua vida e muitos anos da sua liberdade – 27, no caso de Mandela – pelo fim do odioso regime de segregação racial e opressão social que vigorou durante décadas na África do Sul. Nesse intenso e duro combate que durou toda a sua vida, Mandela e os seus companheiros foram capazes de organizar e mobilizar amplas camadas da população sul-africana para a intervenção política e social, a ousadia de enveredar pela luta armada quando tal se revelou indispensável e a coragem de dialogar com o inimigo quando era isso que melhor servia a sua causa e o seu povo.

São muitos e antigos os laços que unem o movimento da paz e da solidariedade português com Nelson Mandela e a luta do povo sul-africano: ainda antes do 25 de Abril, quando manifestar solidariedade aos povos oprimidos e resistentes do mundo podia dar (e deu, tantas vezes) direito a prisão. O movimento da paz português nunca faltou com o seu apoio e estímulo à luta dos patriotas sul-africanos; quando as autoridades portuguesas votaram, em 1987, nas Nações Unidas, para que Nelson Mandela permanecesse preso, esteve do seu lado exigindo a sua libertação; nos momentos mais duros da luta na África do Sul nunca confundiu agressores com agredidos e esteve sempre do lado dos que se batiam pela liberdade, pela democracia, justiça social e igualdade, e contra o apartheid e aqueles que, de fora, o sustentavam e apoiavam.

Recordamos a realização, em Junho de 1977, da Conferência Mundial contra o apartheid, o racismo e o colonialismo na África Austral, em cuja organização o CPPC assumiu um papel preponderante. Nesta conferência, que teve 336 delegados de 74 nacionalidades, participaram destacados dirigentes de movimentos de libertação africanos, a começar por Oliver Tambo, à data um dos principais dirigentes do Congresso Nacional Africano. Grande importância assumiu igualmente o Movimento Português Contra o Apartheid (cuja sede era a do CPPC), que integrava personalidades dos mais variados quadrantes políticos e ideológicos. Inesquecível foi a visita de Mandela a Portugal, a 5 de Outubro de 1993, e o encontro com a população da capital e os movimentos sociais portugueses.

Mas se os lutadores pela paz de todo o mundo, dedicaram muito à luta de Nelson Mandela, receberam dele muito mais: o exemplo de combatente íntegro, corajoso e profundamente humano, que colocou como prioridade a felicidade do seu povo e o desenvolvimento do seu país, sempre defendendo a paz e a cooperação com todos os povos do mundo, valores estes que continuam a inspirar aqueles que lutam por um futuro de paz e progresso.

O seu legado, pertence à Humanidade.

foto: visita de Mandela a Portugal, a 5 de Outubro de 1993.

18 de Julho de 2018
Direcção Nacional do CPPC