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37º Aniversário da formalização do Conselho Português para a Paz e Cooperação


Foi há 37 anos – 24 de Abril de 1976 - que o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) se constituiu legalmente, o que se pode considerar também uma conquista da Revolução de Abril.

Durante o fascismo, lutar pela paz, contra a guerra, pelo desarmamento, pelo fim dos blocos político-militares e pela solidariedade e cooperação com os povos do mundo dava direito a prisão e a torturas que poderiam ir até à morte, o que muitos enfrentaram com grande coragem.

 

O CPPC é herdeiro do movimento da paz que teve nas jornadas da vitória dos primeiros dias de Maio de 1945, com o fim da segunda guerra mundial e a derrota do nazi-fascismo, uma importante e relevante expressão.

Aniversário do Conselho Mundial da Paz

 

Entretanto,também em Abril, mas em 1950, em Varsóvia, foi criado o Conselho Mundial da Paz, na sequência do Congresso Mundial dos Partidários da Paz, realizado, simultaneamente, em Paris e em Praga,no ano anterior, como resposta às graves ameaças à paz que novamente surgiam, opondo-se à criação da NATO (em 1949).

 

A luta pela Paz em Portugal e no Mundo

Nos anos 50, o movimento da paz, em Portugal, acompanhou as lutas de outros povos no plano internacional, opondo-se à criação da NATO, à arma atómica, à agressão ao povo coreano e à ameaça que pairava sobre os povos do mundo de deflagração de uma nova guerra. Foi assim que se criou a Comissão Nacional para a Defesa da Paz e, em vários pontos do País, as Comissões de Paz, envolvendo-se na recolha de assinaturas para o Apelo de Estocolmo (que pugnava pelo fim das armas nucleares) promovido pelo Conselho Mundial da Paz, e que foi o maior abaixo-assinado à escala mundial. Mas a luta pela paz, nos anos 50, abrangeu também outras organizações democráticas e antifascistas.


Até ao 25 de Abril de 1974 nunca mais o Movimento da Paz deixou de ser uma realidade, denunciando as agressões imperialistas, como na Argélia ou no Vietname, solidarizando-se com as lutas de libertação nacional dos povos, pelo fim do colonialismo, exigindo a dissolução dos blocos político-militares, a destruição das armas nucleares, o fim da corrida aos armamentos e o estabelecimento de relações de amizade com todos os povos do mundo. Durante a Guerra Colonial, este movimento assumiu uma elevada expressão exigindo o seu fim e a independência dos povos irmãos colonizados pelo fascismo.


O CPPC tem desenvolvido uma constante denúncia e acção contra as guerras, as agressões e as ocupações, como sucedeu, entre outros exemplos, contra os povos da Palestina, de Angola, de Timor-Leste, do Sahara Ocidental, da Nicarágua, do Líbano, da Jugoslávia, do Afeganistão, do Iraque, da Líbia ou da Síria. O CPPC esteve sempre na linha da frente da denúncia e condenação do bloqueio a Cuba ou do regime do apartheid na África do Sul. O CPPC interveio pelo fim da corrida aos armamentos e da instalação de novos sistemas mísseis, da militarização das relações internacionais, de quase toda a esfera de actividade humana e do próprio espaço, da militarização da União Europeia.


O CPPC tem intervido pela paz, pelo respeito da soberania dos povos, pela resolução pacífica dos conflitos internacionais, pelo fim do colonialismo e pela exigência do respeito do direito de auto-determinação dos povos, pelo desarmamento e o desanuviamento das relações internacionais e pela dissolução dos blocos político-militares, como a NATO, assim como na defesa do cumprimento dos princípios da Carta das Nações Unidas.


Como sublinhou aúltima Assembleia da Paz do CPPC, a Humanidade enfrenta manifestosperigos, caso a investida imperialista não seja travada. O sistemacapitalista, afundado na sua mais grave crise económica e financeiradesde 1929, encontra na exploração, na violência, e na guerra, asrespostas para a saída do fosso onde se encontra atolado.


No entanto, registam-se também importantes alterações progressistas e anti-imperialistas em diversos países, designadamente na América Latina, fruto da admirável resistência e luta dos povos contra a opressão e a exploração, contra as ingerências externas, na defesa da democracia, da liberdade e da paz, numa prova inequívoca que o futuro do Mundo será aquilo que a humanidade determinar.


O Conselho Português para a Paz e Cooperação, portador de um património de luta pela paz, tem responsabilidades maiores na mobilização da opinião pública portuguesa. Nesse sentido, tem lançado e dinamizado campanhas, acções e iniciativas que promovem os seus princípios fundadores: pelo desarmamento geral e controlado; a coexistência pacífica entre Estados; o desenvolvimento equilibrado tendo em vista o bem-estar da Humanidade; o respeito pelos direitos do Homem e pelas suas liberdades fundamentais, a eliminação de todas as formas de fascismo e discriminação; o respeito pelo direito dos povos à soberania e à independência e pela cooperação internacional.


A luta pela paz assume nos nossos dias uma redobrada actualidade e importância vital, pelo que evocar a constituição legal do CPPC é valorizar a rica história e a importante intervenção do movimento da paz em Portugal durante o fascismo, na Revolução de Abril e na actualidade.


De igual modo, evocar o aniversário do Conselho Mundial da Paz, de que o CPPC é membro, fazendo parte do seu Secretariado e sendo o Coordenador para a região Europa, é evocar a importância e actualidade do movimento da Paz no Mundo.


O Conselho Português para a Paz e Cooperação, saúda, nesta ocasião, todos os seus aderentes, as organizações e todos os cidadãos e cidadãs com quem tem estado lado a lado, ao longo de tantos anos, renovando o seu apelo a todos os amantes da paz para que connosco participem na construção de um mundo de paz, de solidariedade e de cooperação entre os povos.

Pela Paz! Todos não somos demais!


Junte-se a nós!