Realizou no final da tarde de 15 de Maio uma iniciativa na Praça da Palestina, no Porto, de solidariedade com a Palestina e de denúncia dos massacres que causaram mais de 60 mortos e feriram mais de 2700 pessoas no mesmo dia em que os EUA abriram a sua embaixada em Jerusalém contra as resoluções da ONU e o direito internacional e quando se assinalam os 70 anos da Nakba, a grande tragédia.
Ali se gritou Palestina Vencerá!Não à provocação, fim à ocupação! Ali estavam presentes cerca de duas centenas de pessoas a apoiar os protestos legítimos e vigorosos do povo palestino, a denunciar a violenta e criminosa repressão contra os que na Palestina estão neste momento também nas ruas a lutar pelos seus direitos e pela paz.
Ali se saudaram as mais de cinquenta organizações que se juntaram ao apelo das 4 organizações promotoras iniciais: o Conselho Português para a Paz e Cooperação, A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional, o Movimento Democrático de Mulheres e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e a Paz no Médio Oriente.
Intervieram Olga Dias do MDM, Nuno Coelho da USP/CGTP, o escritor José António Gomes e Ilda Figueiredo do CPPC. A jovem Luisa Barateiro leu um poema e Sara Alves apresentou a sessão pública que acabou com a aprovação de uma moção, onde se afirma:
Em 1947 a ONU decidiu a partilha da Palestina em dois Estados. A criação do Estado de Israel em 1948 foi acompanhada por uma limpeza étnica da população palestiniana, que ficou conhecida como Nakba (“a catástrofe”) e por uma guerra que visou desde logo impossibilitar a criação do Estado da Palestina. Sete décadas volvidas, a promessa de um Estado da Palestina está por cumprir.
Mas a Nakba continua na vida diária dos palestinos. Israel prossegue os massacres, o roubo de terras, o saque aos trabalhadores, os impedimentos de circulação, os colonatos ilegais, o Muro do Apartheid, o cerco a Gaza, as prisões arbitrárias, a ocupação, que fazem parte dum processo de expulsão dos palestinos de toda a sua terra natal, iniciado em 1948.
A decisão dos EUA/Trump de declarar Jerusalém como capital de Israel, anunciando a transferência da sua embaixada para essa cidade, é uma frontal violação de todas as resoluções da ONU e acordos internacionais que visa impedir a realização dos direitos nacionais do povo palestino e a Paz justa e duradoura no Médio Oriente.
Assim, nós, os participantes na concentração de solidariedade com a Palestina e pela Paz no Médio Oriente:
- condenamos a política de colonização, limpeza étnica, ocupação e repressão, praticada por Israel contra o povo palestino desde há 70 anos;
- exigimos a paz no Médio Oriente, pondo fim às catástrofes geradas pelas guerras deste último quarto de século;
- protestamos contra o reconhecimento, pelos Estados Unidos, de Jerusalém como capital de Israel e a transferência para aí da sua embaixada;
- reclamamos do Governo Português que, nos fóruns em que participa, defenda o direito internacional e as resoluções da ONU respeitantes à Palestina e que reconheça formalmente o Estado da Palestina com capital em Jerusalém Oriental.
- manifestamos a nossa solidariedade com a justa luta do povo palestino pelos seus inalienáveis direitos nacionais, pela edificação do Estado da Palestina livre, independente, soberano e viável nas fronteiras anteriores a 1967, com capital em Jerusalém Oriental, e uma solução justa para a situação dos refugiados palestinos, nos termos do direito internacional e das resoluções pertinentes das Nações Unidas.