No momento em que passam 10 anos sobre a criminosa agressão cometida por Israel sobre a população palestiniana da Faixa de Gaza, designada pelo agressor como 'Operação Chumbo Fundido', o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) reitera a sua solidariedade ao povo palestiniano e à sua corajosa luta pelo Estado soberano, independente e viável da Palestina, nas fronteiras anteriores a Junho de 1967, com capital em Jerusalém Oriental, e pelo respeito do direito de retorno dos refugiados palestinianos, como consagrado em inúmeras resoluções das Nações Unidas.
A brutal agressão israelita provocou cerca de 1300 mortos, dos quais 400 crianças, e mais de 5 mil feridos do lado palestiniano.
Esta agressão militar israelita, longe de ser a única, representou uma grave escalada de violência contra uma população praticamente desarmada, bloqueada por todos os lados e forçada a viver naquela que muitos consideram ser a 'maior prisão a céu aberto do mundo', sem as mínimas condições de vida. Nos anos seguintes, outros massacres fustigaram a população palestiniana, que continua heroicamente a resistir ao ocupante e opressor israelita. Durante este ano, na chamada 'Grande Marcha do Retorno', foram assassinados centenas de palestinianos, apenas por exigirem o que é seu de direito: os seus territórios ilegalmente ocupados e anexados por Israel.
Ao mesmo tempo, Israel prossegue a anexação de novos territórios palestinianos, através da construção de colonatos, do 'Muro de Separação' e da instalação de postos de controlo militares (os famigerados 'checkpoints'). Israel prossegue a prisão de milhares de palestinianos, entre os quais dirigentes e deputados de forças de resistência e muitas crianças e jovens.
As autoridades israelitas prosseguiram ainda a deriva racista e fascizante da sua política, bem patente na aprovação da chamada 'Lei do Estado-Nação', que discrimina os próprios cidadãos israelitas de origem árabe.
O CPPC lembra, nesta ocasião, que o Estado de Israel não poderia oprimir o povo palestiniano sem o apoio dos Estados Unidos da América e a conivência da União Europeia, que dão cobertura política e diplomática, apoio financeiro e armamento à política de ocupação e expansionista de Israel.
O CPPC rejeita qualquer iniciativa que no âmbito da UE pretenda obstaculizar a solidariedade com a justa causa nacional do povo palestiniano, nomeadamente através da sua equiparação a 'anti-semitismo'.
Para o CPPC, é necessário intensificar a solidariedade com a luta do povo palestiniano pelos seus direitos nacionais: pelo fim da ocupação, dos massacres e da opressão israelita; pela libertação dos presos políticos palestinianos em prisões israelitas; pelo imediato levantamento do bloqueio à Faixa de Gaza; pelo desmantelamento do 'Muro de Separação'; pelo fim dos colonatos israelitas nos territórios ocupados; pela criação do Estado da Palestina, pelo direito de regresso dos refugiados palestinianos.
O CPPC apela aos amantes da paz e às entidades nacionais para que intensifiquem a solidariedade com o povo palestiniano, reconhecendo e defendendo os seus legítimos direitos.
Direcção Nacional do CPPC
27 de Dezembro de 2018