Estimados Representantes de Organizações Palestina
Excelentíssimos convidados
Cumpre-me fazer o encerramento deste Seminário, tarefa difícil face à excelência das intervenções e comunicações aqui trazidas pelos ilustres conferencistas que ao longo do dia nos honraram com a sua presença.
As minhas primeiras palavras vão para a Câmara Municipal de Almada, a quem, felicito por acolher esta iniciativa inserida na luta que os povos amantes da Paz travam, sem esmorecimento, há décadas, pelo direito do povo palestino a um Estado independente e soberano dentro das fronteiras de 1967 e com Jerusalém leste como capital.
À CGTP-IN e ao MPPM, o nosso bem hajam por mais esta oportunidade de, juntos,trabalharmos nesta causa que é do povo da palestina e é de toda a Humanidade.
O que aqui quisemos reafirmar, hoje, com toda a legitimidade que a Lei Fundamental da República Portuguesa garante - neste nosso país que este ano comemora o 40º Aniversário da Revolução de Abril, Revolução que nos libertou duma ditadura fascista de 48 anos - foi, a nossa incondicional solidariedade com o heroico povo palestino na luta, sem tréguas, pela libertação do seu solo pátrio da feroz ocupação israelita.
Solidariedade activa que neste ano 2014, Ano Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina, proclamado pela ONU, assume particular importância e significado. Como aqui já foi dito, é prática recorrente dos Governos israelitas e seus apoiantes, como os EUA e a UE e com a conivência alguns países árabes, fazerem “tábua rasa” das decisões das Nações Unidas, ignorando-as, desrespeitando-as ou mesmo violando-as arrogantemente, mas não conseguem, não têm conseguido e não vão conseguir no futuro, calar a voz da razão dum povo que luta pelo seu direito inalienável à existência e a uma vida digna e livre da opressão estrangeira.
A Palestina vencerá!
E, nesse sentido, nas pessoas dos representantes das organizações palestinas aqui presentes, daqui enviamos, aos homens e mulheres de todas as idades da Palestina, que sofrem diariamente a humilhação de serem estrangeiros na sua própria terra, que sofrem diariamente a brutalidade assassina do exército ocupante, que esperam há décadas em campos de refugiados o dia de voltarem às suas terras, o nosso abraço solidário e fraterno.
As organizações promotoras e outras que aqui intervieram, têm pautado a sua acção pública em defesa da paz, por uma assídua intervenção em defesa da causa palestiniana, como aqui já foi referido por oradores anteriores, denunciando publicamente as sucessivas e permanentes agressões contra a vida e o património povo palestino. Enfrentando desse modo o silêncio cúmplice dos grandes meios de comunicação social, enfeudados à estratégia do imperialismo e transformados em submissos retransmissores da campanha ideológica de desinformação que visa legitimar os seus crimes. E não deixando esquecer:
as atrocidades cometidas pelo regime sionista de Israel contra a população palestina, os bombardeamentos, os massacres, os ataques permanentes que o exército de Israel, utilizando meios militares poderosos, desproporcionados, mantém sobre a Faixa de Gaza, provocando milhares de vítimas entre a população civil palestina;
• os milhares e milhares de hectares de terra palestina expropriada e os milhares de habitações destruídas e seus legítimos donos expulsos, terras posteriormente ocupadas por colonatos ilegais, que actualmente continuam a ser construídos;
• o muro de separação, construído por Israel, na quase totalidade em território palestino, muro que Israel apresenta como defensivo mas que é uma forma particularmente cruel de segregação que impõe ao povo palestino;
• o muro de separação, a densa malha de colonatos, as estradas reservadas a colonos, as inúmeras bases militares, barreiras e postos de controlo, permitem ao colonialismo israelita controlar directamente quase 60% do território da Cisjordânia, incluindo os seus recursos naturais, nomeadamente o acesso à água;
• a Faixa de Gaza, alvo de um cruel bloqueio, está desde 2006 transformada numa imensa prisão, onde nada nem ninguém entra ou sai sem prévia autorização de Israel, e onde tudo falta, naquele que é um dos territórios mais densamente povoados do Mundo;
• as inúmeras e diárias humilhações e degradantes condições de vida que o regime sionista de Israel impõe ao povo palestino;
• os milhares de prisioneiros políticos nas prisões israelitas;
• os milhares e milhares de refugiados palestinianos, impedidos de viverem na sua terra.
Com a sua política de ocupação, Israel tem como objectivo inviabilizar, na prática, a existência de um Estado da Palestina e uma paz justa e duradoura no Médio Oriente: atentando contra o património, a vida e a identidade do povo palestino. Mas não o tem conseguido e não o vai conseguir!
A esmagadora maioria dos países do Mundo, em inúmeras votações na Assembleia Geral da ONU, como aqui já foi afirmado, tem reconhecido o direito do povo palestino a um Estado independente, soberano e viável, e isso em resultado da persistente, tenaz e heroica luta do povo palestino e da solidariedade internacional dos povos, entre os quais o povo português se orgulha de estar.
A admissão da Palestina como Estado Observador pela Assembleia Geral da ONU, foi uma importante vitória para o povo da Palestina, mas foi também e sobretudo um sinal de esperança para toda a Humanidade amante da Paz. O reconhecimento do Estado da Palestina por 138 países é já também uma importante vitória.
A nós, por imperativo da CRP(Art.7º), nascida da Revolução de Abril, que orgulhosamente levantamos como bandeira identificadora da nossa acção em defesa da Paz, cabe sermos activamente solidários com a luta pelos direitos inalienáveis do martirizado povo palestino. O compromisso aqui assumido pelas organizações promotoras e que consta da Declaração Final do Seminário é um compromisso de honra que se propõe prosseguir a já longa e honrosa história de solidariedade do povo português com o povo da Palestina.
Torna-se assim imperioso também, reforçar os laços de cooperação internacional com o povo da Palestina, criando uma frente ampla de solidariedade, que imponha a “ força da razão à razão da força” e barre definitivamente o caminho ao Governo sionista de Israel e seus aliados, permitindo, duma vez por todas, resolver de forma justa e duradoura a questão palestiniana.
JÁ CHEGA DE ATAQUES! JÁ CHEGA DE HUMILHAÇÔES. É TEMPO DESTE POVO VIVER EM PAZ, NA SUA TERRA E DA SUA TERRA.
A PALESTINA VENCERÁ!