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É com preocupação que o Conselho Português para a Paz e Cooperação acompanha os acontecimentos na República Árabe Síria e alerta para os riscos de uma nova escalada da violência e do fim da existência deste país enquanto Estado soberano e secular.
 
Os recentes acontecimentos na Síria são indissociáveis de mais de uma década de ingerência externa e agressão, de ilegal ocupação de partes do seu território por forças militares estrangeiras – nomeadamente dos EUA e da Turquia, sem esquecer a ilegal ocupação dos Montes Golã por Israel –, do saque dos seus recursos, desde logo, os petrolíferos, e de pesadas sanções económicas impostas à margem da ONU pelos Estados Unidos da América e da União Europeia, que fragilizaram a economia, dificultaram a aquisição de bens de primeira necessidade, como alimentos e medicamentos, assim como a reconstrução do país devastado por anos de guerra – saliente-se que as ilegais sanções norte-americanas contra a Síria recaíram sobre qualquer entidade, independentemente da sua nacionalidade, que prestasse apoio humanitário à Síria ou colaborasse na sua reconstrução.
 
As forças e grupos que agora tomaram o poder e que dominam territórios na Síria – algumas das quais com origem na Al-Qaeda ou no chamado Estado Islâmico – foram treinadas, armadas e financiadas ao longo dos anos pelos EUA e outros países membros da NATO, por Israel e por Estados do Golfo, ligação que fica desde logo evidente no seu silêncio face aos bombardeamentos, invasão e ocupação de mais território da Síria por parte de Israel, mas também por parte da Turquia e dos EUA.
 
A República Árabe Síria, pela postura soberana que assumia e pela solidariedade que sempre manifestou com o povo palestiniano, era, há muito, um alvo a abater para os EUA e os seus aliados. Impõe-se a exigência do fim dos bombardeamentos israelitas e da retirada das forças estrangeiras que ocupam ilegalmente a Síria.
 
É premente uma solução política que garanta a soberania e os direitos do povo sírio, a integridade territorial do seu país, o carácter secular do seu Estado, com a sua composição multiétnica e religiosa.
 
É premente a paz no Médio Oriente, o fim do genocídio do povo palestiniano e a criação do Estado da Palestina e o cumprimento do direito de retorno dos refugiados palestinianos, conforme determinado pelas resoluções da ONU.
 
A direção nacional do CPPC.
19 de dezembro de 2024