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O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) vem, uma vez mais, denunciar a crescente escalada de violência de Israel contra o povo palestino. A violência iniciada a 14 de Julho na Cidade Velha de Jerusalém, território ocupado ilegalmente por Israel, de que resultaram cinco mortos acrescida do encerramento e proibição de entrada de palestinos na Esplanada das Mesquitas (local sagrado do Culto Islâmico), viola todas as normas das Nações Unidas e do Direito Internacional.

Como protesto, os crentes islâmicos recusaram-se a entrar nos locais sagrados e passaram a fazer as suas orações na rua, sendo acompanhados por muitos cristãos, que igualmente rejeitam a ocupação daquela que é, também para eles, a Cidade Santa.

As inúmeras provocações do governo israelita que se seguiram, entre elas o recurso a meios violentos – canhões de água, gás lacrimogéneo, granadas e fogo real – usados para dispersar os crentes, bem como a declaração da aplicação da pena de morte aos palestinos em caso de conflito com os ocupantes, feita a 28 de Julho pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, são provas inequívocas de que Israel não pretende pôr fim a esta escalada, bem pelo contrário.

A intenção de colocar câmaras «inteligentes» à entrada do local, numa cidade ilegalmente ocupada, revela até que ponto Israel goza de total impunidade por parte da chamada «comunidade internacional», e particularmente do seu mais fiel aliado, os Estados Unidos da América – cujo presidente, lembre-se, manifestou a intenção de ajudar a fazer de Jerusalém a capital de Israel, em total violação de sucessivas resoluções das Nações Unidas.

O CPPC , ciente de interpretar o sentir dos portugueses amantes da paz e da convivência pacífica entre os povos, apela às autoridades portuguesas – Governo e Assembleia da República – para que manifestem de forma inequívoca o seu repúdio pela actuação de Israel, e às forças sociais a que se manifestem em defesa das liberdades, cívicas e religiosas. O caminho para a paz na região é o da soberania e independência do povo palestino, o que implica:

- o fim da ocupação israelita, com a retirada total dos territórios ocupados em Junho de 1967, o desmantelamento dos colonatos, dos postos de controlo e do Muro de Separação e o fim do cerco a Gaza;

- a libertação por Israel dos presos políticos palestinos e o respeito do direito do regresso dos refugiados;

- a criação do Estado da Palestina independente, soberano e viável, nas fronteiras anteriores a 1967 e com capital em Jerusalém Oriental.

Direcção Nacional do CPPC