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nao a guerra contra o irao eua fora do medio oriente 1 20200110 1706829419

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) repudia com veemência o assassinato do general iraniano Qassem Suleimani pelos EUA, no dia 2 de Janeiro, e alerta para as consequências explosivas que daí poderão advir para a paz. O oficial assassinado teve um papel fundamental nas vitórias alcançadas sobre os grupos terroristas criados, financiados e armados pelos EUA e seus aliados - que operam na Síria e no Iraque, desde logo o chamado «Estado Islâmico».

 

O assassinato do general iraniano, cuja ordem partiu diretamente de Donald Trump, é um ato de guerra destinado a escalar ainda mais o conflito no Médio Oriente e na Ásia Central. Insere-se na ofensiva contra o Irão, expressa na retirada dos EUA do «Acordo Nuclear», no regresso das sanções e dos bloqueios e nas constantes ameaças de agressão militar. Este atentado poderá muito bem ser o rastilho para um novo conflito e a responsabilidade só poderá ser imputada aos Estados Unidos da América.

O assassinato de Qassem Suleimani é totalmente ilegal à luz do Direito Internacional, pelo que se exige das Nações Unidas e de cada um dos seus países-membro a mais frontal condenação. Se alguns estados, como a Rússia, a China e até a França o repudiaram, o CPPC regista negativamente o silêncio ensurdecedor e cúmplice do governo português e a atitude titubeante do secretário-geral da ONU, que não condenou o crime e se limitou a apelar à contenção das «partes».

Este é mais um exemplo que revela que são os EUA a principal ameaça à paz, no Médio Oriente e Ásia Central como em todo o mundo. Como o CPPC alertou no início deste milénio, a agressão e destruição do Iraque (como antes o Afeganistão e depois a Síria) desestabilizou toda a região, tornando-a num permanente campo de batalha. Só a retirada norte-americana da região, possibilitando a reconstrução soberana dos países afectados pelas agressões, poderá salvaguardar a paz.